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DebugCast - Primeira Temporada

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O livro que estaremos comentando na primeira temporada é fruto da tese de mestrado do Samuel Oliveira, chamado “Sorria, você está sendo filmado!”

Nessa temporada teremos 6 episódios, lançados toda quarta-feira, baseado nos seguintes capítulos do livro:

1. Introdução [Disponível no Spotify - 12/05]

2. Sorria, você está sendo filmado reconhecido

3. Rediscutindo direitos no contexto de panóptico digital

4. Em busca de um modelo regulatório para tecnologias de reconhecimento digital

5. Indo Além: introduzindo o debate sobre Deepfakes

6. Considerações Finais

Conceitos

 

Antes de começar, é importante está na mesma página de conceitos importantes para esse episódio:

 

Privacidade: no conceito comum seria o direito a reserva de informações pessoais e da própria vida pessoal. Quando a gente pega esse conceito e coloca na dimensão de uma sociedade monitorada, acaba perdendo o sentido porque por mínimo que seja, você está sendo visto por alguém.

 

Panóptico: Uma espécie de projeto de vigilância, onde permite que um vigia observe os ocupantes sem que eles saibam se estão sendo vigiados ou não, em um formato circular com uma torre central. Foi pensado para aplicar em penitenciária, mas

de alguma forma poderia ser aplicado a qualquer outra coisa. O modelo mais próximo de uma prisão nesses moldes foi o complexo de presídios modelo em Cuba, hoje abandonado. Isso é uma teoria de 1780, que voltou a ser comentada no livro Vigiar e Punir de Michael Focault em 1975. A consequência é o sujeito observado policiar suas ações por medo de punição. A partir disso chegamos a ideia de panóptico digital, que é um conceito que o Samuel vai trabalhar durante o livro. A ideia de nossos passos estarem sendo de alguma maneira rastreado através dos acessos que permitimos nos nossos dispositivos, ofertando informações que vão ser importantes a  quem possa se interessar.

Sobre o Livro

 

O livro já inicia apontando 4 cidades norte americanas que baniram o reconhecimento facial pelo setor público, dentre elas São Francisco, onde se encontra o vale do silício. Inclusive São Francisco foi um dos primeiros lugares a criar uma lei nesse sentido, veremos nos próximos capítulos mais detalhes. 

 

É interessante pensar que no lugar onde tem as grandes empresas de tecnologia, tomar essa atitude já deixa por si só um alerta nos grandes problemas que ela possa trazer. 

 

Ele também aponta alguns projetos no Brasil, como no estado do Rio de Janeiro com o  RIO + SEGURO, na Bahia (primeiro estado a prender alguém a partir da tecnologia de reconhecimento facial) tem o projeto “video policiamento”, com uma meta de digitalizar toda a população baiana no sistema, a curto prazo. “Em 2019, 184 pessoas foram presas com o uso do reconhecimento facial no Brasil, mais de 90% eram negras”, dados que o Pablo Lins trás através do projeto O panóptico. Isso implica dizer que a população negra é a mais prejudicada em aspectos tecnológicos. Com certeza exploraremos melhor esse assunto nos próximos episódios.

 

Na introdução ele explora o conceito de vigilância que vai muito além do conceito simplista de observação por câmeras de monitoramento, mesmo embora as câmeras ainda seja um objeto forte no contexto de monitoramento,  hoje essa ideia se expande a partir de aparatos tecnológicos acessíveis, como telefones celulares, assistentes virtuais, relógios e roupas inteligentes, entre outros. Ele aponta que isso não vem de hoje, a sociedade já se observava antes dentro dos seus núcleos familiares seus hábitos e costumes e agia de acordo com o que essas informações lhe diziam. 

 

Hoje não há quem diga que está livre dessa vigilância, mas pequenas ações do dia a dia como dirigir um carro, ir ao supermercado, fazer compras na farmácia, de alguma maneira pode nos expor em algum aspecto de vigilância a partir dos dados que fornecemos nesses lugares. Uma indicação interessante nesse sentido é o livro “O poder do hábito” que mostra nos primeiros capítulos como as instituições faziam seu marketing baseado nos costumes dos clientes.

 

O autor também aponta o quanto a sociedade deveria se preocupar com esses problemas, mas simplesmente ignora como se não fosse de alguma maneira atingido por esse sistema. Na maioria das vezes por sentir a necessidade de facilitar o dia a dia, concordando com os termos para execução de alguma coisa sem ler, ou liberando acessos a algumas coisas do celular através de um aplicativo por necessitar usar suas funcionalidades. Logo, todos somos vigiados.

 

Pensando nessa ideia de controle, vem também “novas” regras do que é certo e errado nessa sociedade vigiada. Ir a manifestações, por exemplo, pode ser visto como algo errado, a depender do interesse de quem está fazendo o monitoramento, ser ativista na internet pode ser considerado crime, entre outros exemplos que mudam as ideias conhecidas de direitos e liberdade. Fica então a reflexão: A quem interessa ditar as regras?

 

Contribuições

 

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Referências

What does the panopticon mean in the age of digital surveillance?

 

83% dos presos injustamente por reconhecimento fotográfico no Brasil são negros

 

O Panóptico

 

Aqualtune Lab

 

Comunidades, algoritmos e ativismos digitais: Olhares Afro Diaspóricos

 

Comercial do Itaú sobre privacidade

 

Black Mirror

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